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Escrever sempre foi um hobbie e uma forma de tratamento para os momentos mais difíceis ao longo da minha formação como indivíduo. Nunca imaginei que meu trabalho viria ao encontro de tantas pessoas. Que tantos se identificariam com os sentimentos com os quais lido em meus trabalhos. Criei esse blog como um backup de minhas poesias, por medo de que se perdessem caso não as tivesse em rede. Hoje tenho um público cada vez maior e que, mesmo com minhas prolongadas ausências, continua a acompanhar minhas postagens. Agradeço pelo interesse, de verdade.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Contraste

De que serve o belo sem o feio?
O mundo é feito de contrastes
Mas quem define seus padrões?
O que pode ser dito belo por meus olhos
Será medonho ao seu ver
Algo sentimental e melancólico
Que rasgara sua delicada integridade
Abalando sua percepção
O que pode ser julgado, comparado
É amado ou odiado em ambas faces
Bem e mal são metáforas humanas
E só pros homens se faz lei
Mas na realidade são só contrastes
Vermelho sangue no preto vítreo
A morte a e vida por um fio.

Caminho Só

Caminho sozinho
Todos estamos sós
Caminho calado
Ninguém vai me escutar
Caminho no escuro
Não quero enxergar

Não tenho caminho
Todos estamos perdidos
Não tenho razão
Só temos motivos
Não tenho certeza
E quem poderia ter?

Estou cansado
Outros já dormem
Estou infeliz
Outros já choram
Estou desesperado
Outros já desistiram

Caminho só
Só caminho
Por não ter aonde parar
Por quem parar


De Fora da Caixa

Me convença
Mostre-me que posso ser feliz
Me dê uma prova de que o sol é quente
De que o céu é azul
Diga-me que o dia é belo
De que a chuva não vai me machucar
Prometa que vai me amar
Mas não me abandone aqui no escuro
Que é tudo que conheço
Tudo que eu tenho
E que a mim não pertence.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Cruelmente Humano

Perdoai-me ó ofendidos
Palavras minhas, por vezes ferozes
Perfuram a carne e a paz de um instante
E espalham a moléstia da discórdia atroz

Perdoai-me pelos desafetos
Pelos desrespeitos e pelos defeitos
Sou por minha vez, vítima e carrasco
Da minha própria lâmina de pretensão

Soam cruéis, minhas palavras
Como soa desatenta, sua percepção
Não posso negar-lhe o direito de odiar-me
Se não me nego o fardo de ser enfim feliz na vida

Não desejai-me mal, apenas não me deseje
Sou tudo aquilo que não pode ser quisto
Sou a imagem oposta do paraíso e do destino
Sou apenas humano, imperfeito e estúpido

De tantas palavras minhas,
Desperdiçadas pelo tempo sem fim,
Apenas poucas são verdades
Mas de tais, quais serão as que ouvirás?

Palavras Víeis

Palavras são armas perigosas
Afiadas, cortantes e venenosas
Enterram no peito profundamente
Atravessam a alma,
Inflamam na mente

Palavras são agulhas aguçadas
Cheias de crueldade e malícias
Delicadas, disfarçadas de delícias

Armadilhas que nos prendem ao tocar
Nos olhos as palavras vão entrar
E da mente não poderei mais tirar

O eco seco do seu mau-olhar
Me causando sempre um mal estar
Então guardai pra si tais ameaças
Estas palavras, suas desgraças

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Romantismo

Flores e palavras não vão lhe conquistar
Somente o tempo pode provar
Que é amor que desejo lhe dar
E não uma paixão que logo irá apagar

terça-feira, 1 de novembro de 2011

O Que O Amor É

O amor é uma fábula
Contada por cada coração
Não é mais real do que se faz
Não é menos doloroso do que se sente

O amor é uma planta
Brota sem plantar
Cresce sem regar

Liso ou espinhento
O amor fere
Quem planta ou quem toca
Quem sou passou pra olhar

O amor é ave
Voa alto mas aterriza
As vezes quebra as asas
E desaba

Mas das cinzas
O amor revigora
Morre, mas retorna
Como fênix encantada

Planta Carnívora

Plante uma semente
Cuide dela
Faça brotar
Crescer
E no fim ela irá devora-lo

Resposta Errada

Eu só desejo encontrar uma resposta que satisfaça minha dor
Mas tudo que encontro são perguntas dolorosas de se fazer

Morte em Vida

Quero me casar com minha dor, o meu passado e meu destino
Meu futuro obscurecido pela luz do meu presente
Escorrem os dias entre meus dedos
Como gotas de sangue enegrecido
Cada minuto leva um fragmento da minha vida
Como um grão de poera ao vento.