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Escrever sempre foi um hobbie e uma forma de tratamento para os momentos mais difíceis ao longo da minha formação como indivíduo. Nunca imaginei que meu trabalho viria ao encontro de tantas pessoas. Que tantos se identificariam com os sentimentos com os quais lido em meus trabalhos. Criei esse blog como um backup de minhas poesias, por medo de que se perdessem caso não as tivesse em rede. Hoje tenho um público cada vez maior e que, mesmo com minhas prolongadas ausências, continua a acompanhar minhas postagens. Agradeço pelo interesse, de verdade.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Joia azul

Sempre admirei e invejei seu brilho.
A joia no centro da coroa, ornada e reluzente.
Seu brilho, sobrepujante, me intimidava.

Eu, pedra bruta, afiada e áspera. um cascalho na bota.
Mas as areias do tempo me poliram. 
Fui moldado pela pressão, pelos ventos da tormenta.
Parei de desejar ser aquilo que não era. Não sou.

Hoje, vejo o empalidecer de seu brilho.
As fissuras da dor ameaçam lhe romper, fragmentar.
Sei que o verdadeiro brilho não está na joia, mas na luz que ela irradia.
E essa luz é o seu Eu verdadeiro.

Essa mesma luz, que me ofuscava e fazia sombra, também iluminou minhas trevas.
Nesse brilho, eu me busquei, mas não me achei.
Mas encontrei o caminho que me levou para casa.

Mesmo que eu não sejamos parte da mesma rocha matriz, você faz parte do que eu sou hoje.
Meu rival, meu inimigo, meu conselheiro, meu mentor, um pai.
Seu brilho vai continuar iluminando meu caminho, como uma estrela solitária apontando meu norte.
Obrigado por tudo.

Luto

Quando a avalanche de sentimentos transborda pelo coração, os olhos inundados, desfocam. Janelas da alma embaçadas. Minha despedida é um choro calado, enquanto os céus desabam suas lágrimas de luto. Seu modelo me inspirará para sempre e levarei a lapidação de suas palavras gravadas no peito. Com amor, e não lamentos, eu digo até breve. Nos encontramos novamente nos campos aquarelados de sua arte.