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Escrever sempre foi um hobbie e uma forma de tratamento para os momentos mais difíceis ao longo da minha formação como indivíduo. Nunca imaginei que meu trabalho viria ao encontro de tantas pessoas. Que tantos se identificariam com os sentimentos com os quais lido em meus trabalhos. Criei esse blog como um backup de minhas poesias, por medo de que se perdessem caso não as tivesse em rede. Hoje tenho um público cada vez maior e que, mesmo com minhas prolongadas ausências, continua a acompanhar minhas postagens. Agradeço pelo interesse, de verdade.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Evanescência de um Sonho

Na aurora do acontecer 
Infinita possibilidade do não ser 
No limite extremo do saber 
Contendo tudo e nada ter 

Na aurora do amanhecer 

Tudo pode acontecer 
Contudo acabo por esquecer 
E seu sentido termina por se perder.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Calabouço Interior

Carrego menires no peito
Cada pedra uma lembrança,
Trancafiando-me por dentro.

Vozes gritam do cárcere
Vozes veladas,
Caladas no ímpeto
Vozes geladas,
Sussurrando entre as frestas da mente.

Entre as pedras que me esmagam em seu peso
Entre gritos e gemidos do passado
Ossos partidos e sangue derramado
Ainda brota uma flor na umbra.

Da vida a angustia não se desprende, como pele
Mas haja vida, haverá um caminho para florir
 Em meio à escuridão.


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Vela

Dançando debilmente
Sobre pendão delicado
Desdobrando-se com deleite,
Seu movimento complicado

Como outrora já ardera,
Queima agora sem descanso
Como pira da lareira
O olhar, que paira manso.

Vendo a morte chegando,
Como o sol que se põe
Com o dia acabando,
Pouco faz e não se opõe.

Deixa a chama se extinguir
Bailarina pousa e para
Chama deixando de existir
Sua dança acabara.  

Título em Branco

Visualizo o nada que escrevi.
Um branco apagado de sentido
Tão completo em sua inexistência.

Há algo mais pleno de sentido
Que a completude do não ser?

Ser o nada e ainda assim sentir tanto!
Como o vazio profundo da alma,
Como a profusão plena do coração ferido.

Ainda assim buscando sentido,
Para o nada que escrevo,
Acabo encontrando tanto de mim.

Epitáfio do Presente

Se fui e não sou mais,
Onde está quem era?
Onde estará quem sou?
Onde estava quem serei?

Sou um agora constante
O passado, afogado no tempo
O futuro, evanesce em pó

Estou tão preso na rotina,
Que se tornou fugir dela.