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Escrever sempre foi um hobbie e uma forma de tratamento para os momentos mais difíceis ao longo da minha formação como indivíduo. Nunca imaginei que meu trabalho viria ao encontro de tantas pessoas. Que tantos se identificariam com os sentimentos com os quais lido em meus trabalhos. Criei esse blog como um backup de minhas poesias, por medo de que se perdessem caso não as tivesse em rede. Hoje tenho um público cada vez maior e que, mesmo com minhas prolongadas ausências, continua a acompanhar minhas postagens. Agradeço pelo interesse, de verdade.

terça-feira, 6 de junho de 2017

Soneto da Dor

Guardo meu sentimentos em gaiola de aço
Aqueles que me machucam ou me desgastam
Estão em poemas em que eu me desgraço
As vezes, apenas palavras já não me bastam.

Poemas felizes já não me agradam,
Só poemas sobre sofrer me vem a mente.
E que apenas estes minha alma invadam,
Desejando paz, derramo sangue quente.

Estupida-mente me empurrando para o abismo profundo,
Descarrego o sentimento, sem pensar no futuro.
Estou preso no infinito do agora e me vejo no escuro.

Em meus sentimentos, baratos e vis, eu afundo.
O medo me perseguiu, no calar do escrito.
Estou agora calado, trancado, restrito.

Por Que(m) Escrevo

Meu coração em prantos urra a dor da incerteza.
O desconhecido futuro é o mais negro dos augúrios.
O incerto se faz por claro o mais sombrio.

Me engasgo em palavras tortas, duras de engolir
Descarrego uma torrente dolorosa de sentimento
Escrevo como se dependesse disso para viver,
E não dependo?

Sufocando no medo que me paralisa,
Enterrado em pesadelo acordado,
As correntes que me pesam
São grilhões de sangue vertente.

Se eu conseguisse escapar do mal que me cerca,
Se eu encontrasse luz neste abismo sem fim,
Se o monstro, medo, que me devora fosse morto
Se houvesse paz em mim...

Escrever-te não iria.

As Duas Faces da Violência

A violência nunca é gratuita.
Ela custa caro...

Custa o sofrimento da mente.
O tormento da alma.
A dor da carne.

A cada mão que bate,
A cada coração que para de bater,
A cada palavra dura.

Um rosto apanha,
Uma mão empunha a arma,
Uma boca vocifera.

Agressor e agredido
Cara e coroa da mesma moeda
Tão visceralmente unidos em dor.

Conflito

O presente é a cela solitária da minha prisão perpétua.
Tento ver o futuro pelo buraco da fechadura, vislumbro as sombras distorcidas dos meus medos.
Meu único crime foi meu passado, ou teria sido o distino?

Julgamento

No julgamento onde:

Deus é juiz,
O Diabo promotor,
A Fortuna advogada,
E o Destino juri,
Eu sou o reu.
Decisão unânime.
Culpado.