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Escrever sempre foi um hobbie e uma forma de tratamento para os momentos mais difíceis ao longo da minha formação como indivíduo. Nunca imaginei que meu trabalho viria ao encontro de tantas pessoas. Que tantos se identificariam com os sentimentos com os quais lido em meus trabalhos. Criei esse blog como um backup de minhas poesias, por medo de que se perdessem caso não as tivesse em rede. Hoje tenho um público cada vez maior e que, mesmo com minhas prolongadas ausências, continua a acompanhar minhas postagens. Agradeço pelo interesse, de verdade.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Purificação no Álcool

Alcool, doce nectar dos homens
Nas fraquezas lhe faz mais forte
Mas na realidade lhe consome a vida

Vida ingrata de solidão, aflição e covardia
Abracei hoje meu corpo atirado no chão
E degradei-me ao sofrimento

Álcool queime meu corpo
Purifique essa alma tão suja
Mas não consuma este pobre fígado
Que lhe recebe com tanta alegria

Destrua essas lembranças
Despedace meu peito
Mas não permita
Que eu me entregue a meu desejo


A Procura Pelo Caminho

Estou mergulhado até o pescoço
No eterno rancor
Presente de meu passado
Presente está essa dor

Agora viajo perdido
Pela trilha que me foi ordenada
Sara que um dia vou encontrar
O outro lado da estrada?

Vagando perdido pelo escuro
Talvez um dia encontrarei
O que tanto procuro

Mas até esse dia chegar
Eu sofrerei as mágoas sozinho
E o que resta é continuar a sonhar
Que acharei o meu caminho

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Como o Escuro

Como eu desejava
Ser como o escuro
A nada prender-se
Volátil no vácuo
Queria desaparecer para sempre
E encontrar meu lugar nas sombras

A cada dia vai ficando mais forte
A minha verdade está clara
Não pertenço a este lugar
Não pertenço a ninguém

Como o espinho de uma rosa
Sangro quem se aproxima demais
Eu não tenho a solidão por desejo
É por uma necessidade

Ser como o escuro
Próximo e intocável
Presente em todos os lugares
Em todos os corações

Jamais ter de sangrar novamente
E para sempre pertencer a um lugar
Separado do mundo

Quando a Vela Apagar

Escute o seu respirar
Aproveite um último olhar
Enquanto a ultima luz
Não se apagar

A vida abandona a chama
O fogo está morrendo
A vela se apaga

Não há lugar para mentiras
A verdade está clara
O escuro sempre revela nossa realidade

Somos o que vemos no escuro absoluto
Absolutamente nada

Nuvem de Tempestade

Sou como uma nuvem
Que persiste chovendo
Mesmo com o sol brilhando

Acabo afogando a felicidade
Em tantas lágrimas que sangrei

Tudo que espero é que um dia
Essa chuva se acabe
E me deixe secar em paz

Chovem estilhaços de dor
Lágrimas congeladas no tempo
Rasgam meu coração

Quando eu acordar quero ver o sol
Mas aonde estou há apenas a escuridão
Das nuvens de minha tempestade interior

Perguntas Para Um Espelho

O que me faz ser assim?
Isso me torna falso?
O que falo é mentira?

Se estou me mentindo,
Quem estaria falando a verdade?
No que devo confiar?

Nada do que Era

Flores são belas
Morrem cedo
A beleza da vida
Dura muito pouco

A tristeza sempre acompanha meus passos
Oculta pela minha dissimulada fantasia

Ter amado
Ter odiado
E agora não ser nada
Do que eu era

O que é verdade?
No que estou me mentindo?
Me perdoei, oh ofendidos

Ser cínico à realidade
Ser falso com minha pessoa
E com tudo,
Ainda tentar fazer o certo

O que meu coração quer me dizer?
Grita no peito, mas não lhe escuto

Acalmar o ódio
É o que tento
Sem sucesso

Agora, pergunta retórica...
Ódio de que?

Necropsia

Analisadas as causas da morte
Não foi mal súbito, ataque fulminante
E nem fora por causa do corte
A causa da morte foi a vida entediante

A situação, agora tão frustrante
O corpo, aberto em recorte
A mente vaga em sono distante
Sem esperanças de que um dia se acorde

Espírito, agora ambulante
Vaga pela sala
O que houve, não mais importante
Quando a sua voz se cala

Terminados os exames:
O óbvio se declara
O motivo de tal sacrilégio
A razão estava clara
Morrera de fora de tédio

Fantasma Do Dia

Suicida-se o dia
Enterrado no horizonte
Sol desfalecido

A noite é o fantasma
De um dia que já se foi
Assombrando o coração das ruas

Nas ruas vagam os corpos
Desinibidos pelas trevas
Pelo álcool e pelas certezas
Mortas ao dia

Entregues pelos sussurros do vento
Aos destinos à eles reservados
Morte abraça terna

Aos que ressuscitam junto ao sol
Aos que nas trevas permaneceram imersos
Eterniza na Terra um novo dia.


Morte no Escuro

Tal mariposa
Que sucumbe na luz
O escuro me atrai para o fim

Final, recomeço a pensar
Hesitante no último olhar para traz
Voltar agora ou nunca mais

Um passo em vão
Caio ao chão
Na realidade de meu ato

O sangue ao rosto ilumina
Reflexo da vela poente
Em morte vagarosa

Será agora a decisão
Levantar ou deixar escoar-se
Meu sangue ao piso imundo

O escuro agora assombra
Foge a realidade lentamente
A faca escapa da mão
O desmaio se torna iminente

Véu De Terra

Eu escuto seus sussurros
Meus monstros querem a luz
Liberdade do sofrimento
Aprisionado em mim

Perguntar-me: Por que deste escuro?
Para descansar em paz
A luz ainda me é incomoda
Preciso dormir

Meus medos desapareceram
E a incerteza de cada passo
Me fez vivo novamente

Tentadora é a eterna fachada serena
Mas por de traz do véu de terra
O sofrimento não virá a abrandar.

Poeta Sombrio Em Versos

Poeta sombrio
No frio
No escuro
Perdido

Seu caminho
Sem rumo
Carinho
Achado

Rachado
Amor partido
Perdido
Desolado

No frio
No escuro
Procurado

Poeta sombrio
Na sombra
Assombra
Sua alma

Sem calma
Sem carinho
Amor

Dor
Na alma
Inflama

Procura na luz
Da chama
O calor

Poeta na sombra
Refletida no escuro
A visão do futuro
Aclama

Aquela que ama
Amou
Partiu

Alma
Partida
Ferida

Tempestades em Copos D'Água

Faço tempestades em copos d'água
Para afogar meus inimigos
Afundando em fantasia
Minha realidade, distorcida

O veneno das palavras
Que tive e tenho de engolir em seco
Ainda queima fundo a boca do estômago

Aceitar minha realidade
Ou viver no devaneio anti-herói
Sendo falso comigo mesmo
E enganando apenas o próprio espelho

Querendo a luz, acima de tudo
E vivendo a sombra de um personagem

Temo o espelho
Que revela a verdade que tento omitir
Sou o que sou
Não o que tento fingir ser

Faço tempestades em copos d'água
Para afogar minha própria realidade
Querendo afundar na fantasia
E ser verdadeiramente anti-herói







Chama Tremula

Felicidade é uma vela trêmula
Cada instante ficando mais fraca
Cada segundo no escuro
Eterniza o inferno

As Pessoas Temem o Desconhecido

Aquilo que se difere assusta
Condenado pela sua volta
Cercado pelo cotidiano, banal

Ser diferente, criminoso
Pensar com seu diferencial
Tentar ser um pouco mais irreal
Na realidade definida pelos coletivos

Personalidade é condenação
A solidão
A lucidez em meio a obscuridade

Ser diferente
Das mentes enclausuradas
Dos olhos fechados
E das bocas caladas

Coração em Chamas (Verdadeiro)

Não quero me afastar
Não posso me aproximar
Não devo lhe tocar
Para não me queimar

Não posso mais viver sem essa dor
A dor de ve-la a não poder ser
Aquilo que nós dois desejamos no fundo

Porque cheguei tarde
E já não basta só a nossa vontade
Para podermos ficar juntos

Chegou a hora de falar:
A verdade é que meu peito grita
Está com dor
Está com medo

Mas estou preso a você
E não mais suporto a realidade
Agora me queime e destrua
O que resta da minha vontade

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Amor Compartilhado

Coração dividido

Esta partido pela incerteza

Não sabe de quem precisa

Para aliviar a sua tristeza


De tantos amores que sente

Qual seria entre estes, aquele

Que deixa seu coração mais quente?


Por qual de nos o seu peito bate?

E qual de nós mais lhe faz sofrer?


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A Certeza do Errado

Como estar certo, em meio a tantos erros?
Se o que me rodeia está errado
Como destinguir se estou certo ou não?
Sei que estou certo do que sinto
Mas não sei se é certo me sentir assim
Sei que o que sente é errado
Mas estou certo de que gosto do que sente por mim.
Se estamos tão errados, como podemos nos acertar?

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Animal Desgarrado

Levante a cabeça se for afundar
Respire fundo para não afogar
Sabe que ao fundo não deve chegar
Não seja fraco pra não se entregar

Mergulhe de cabeça no desconhecido
A dor do esforço não reconhecido
É veneno que bebe e acha divertido
Quando enfiam as palavras lhe fazem sentido

Vaga só neste mar obscuro
Mas quem quer a luz?
Se ama o escuro

Acredita que sabe viver sua vida
Mas está tão perdido
Que não encontra saída
Agoniza sozinho atrás de companhia
E não aguenta por sua covardia

O medo de ser julgado
Lhe faz odiar e ser odiado
Acaba por só e exilado
Como animal desgarrado

Encontre sua terra para ser enterrado
O fim de sua vida, já esta declarado
Desistiu de nadar e esta afundando
Pela solidão é mais um assombrado

Fim de História Ponto Final

Aproveitando a bonança que a vida deu
Mas tudo que é bom um dia se vai
Agora a tempestade vai cair do céu
Para varrer daqui tudo que é meu

E se um dia quando eu acordar
Nada estiver aonde deveria estar
Eu nem saberia aonde procurar
Nesta confusão que eu fui criar

Mas agora é tarde pra me preocupar
Este é o momento só de aproveitar
Se a chuva cair é pra se molhar
E se for pra ser assim, assim que será

Não estou com medo do que vira
Já enfrentei o inferno e voltei de lá
E se o dia a dia foi de sufocar
Não é nada diferente do que vou passar

Nada de novo do que já passei
Mas tudo de novo o que me incomodei
Será complicado, mas já me conformei

Quem não aprende com a história
Vai se dar mal
Mas dessa matéria eu já estou legal
Assim me desculpe e ponto final

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Normal? Sim, Sou Normal

Julga que sou normal pelo que visto
Se não me viste como eu sou

Achas estranho quando descobre
Que o que me cobre não é meu eu
Se sou luz e sombra

O que viste foi o cinza
Um nublado casual
Do meu estilo natural

Me chamaste de normal
E ao descobrir o que me agrada
Refez sua opinião
O meu estilo está fora do seu padrão
Mas isso não me torna diferente do que sou?

domingo, 16 de janeiro de 2011

Coração em Chamas

Grita forte coração em chama
Destrói a alma, meu peito reclama
Se essa dor não se levanta e clama
Morreria calado, deitado na cama

Incentivado pelo absurdo cego
Impulsionado pelo próprio ego
Estava errado, mais ainda nego

Coração em saltos não se acalmava
E minha alma se despedaçava
A chama ardia e me esquentava
Olhos vermelhos, eu de dor chorava

Acordei banhado pelo suor quente
Mas eu estava muito diferente
Aquele meu peito, ainda incandescente
Pagou tão caro, por ser inexperiente

Então conformado com situação
Apagou-se o fogo do meu coração
E suas cinzas espalhei ao chão
Para recordar-me dessa frustração

Perfeição

Um dia frio com vento gelado
Se torna quente com você ao lado
Uma noite escura com o céu nublado
Mais me parece um dia ensolarado

Você aqui me fez sentir ingrato
Por cada dia que chamei de chato

Se o meu medo antes me atormentava,
Sei o quanto me tornei mais forte,
Sem aquela pessoa que já nem me amava
Já não ha nada que eu não suporte

Foi de sozinho que eu cai no escuro,
E hoje sei que brilha meu futuro
E se minha vida ainda não é perfeita
O que me falta, a consciência aceita

Agora que tenho você aqui comigo
Você minha amiga e eu seu amigo


Eu Gostaria de Ter Rimas, Mas Só me Resta a Poesia

Eu gostaria de ter as respostas,
Mas só me restam as dúvidas

Eu gostaria de ter amor,
Mas só me resta amargura,

Eu gostaria de ter o sol,
Mas só me resta a chuva

Eu gostaria de não estar doente
Mas só seu amor é minha cura

Eu gostaria de ter você,
Mas só me resta a poesia.



sábado, 15 de janeiro de 2011

Escudeiro

Sofre só por quem tão longe aguarda
Eu aqui ao seu lado vendo sua dor
Como posso lhe fazer sorrir
Se não está perto o seu amor?

Lhe ofereço carinho e atenção
Mas não sou ele para lhe dar afeto
Lhe dou meu amor como de um irmão
Mas somente ele pode curar o que sente no seu coração

Me julgam mal intencionado
Os olhos cegos e ouvidos surdos
Que rodeiam curiosos
Meus ensaios sobre a vida e a dor

Mas você sabe quem sou
Seu fiel escudeiro
Seu protetor e guerreiro
Que lhe protegerá sempre

Até que seu cavaleiro de armadura brilhante retorne
E lhe retire de meus cuidados
Retomando o que lhe pertence
Devolvendo o sorriso a minha princesa

Tarde Demais

Te vejo no escuro
Tropeçando em seus passos tortos
Não sabe achar a luz
E continua errando

Te estendo a mão
Mas você não consegue segura-la
Afundando no seu próprio destino
Cavado por suas próprias mãos

Escolheu destruir sua vida
E agora tenta negar a realidade
Está tão fundo na sua cova
Que os mortos não lhe deixarão mais sair

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Floreio

A facilidade de se expressar
É a mesma facilidade de sofrer
Uma palavra pode magoar
E tambem fazer crescer

Basta saber forjar
Da dor uma flor com vida
Uma poesia é um floreio
De dores, amores
E cores do dia a dia

Dia de Sol

Como água fria
Escorrendo nas costas da Terra
Escoam lagrimas pelos cantos da face

Dias turvos e noites negras
Acordar no limbo de um alvorecer morto
Assassinado pelas nuvens de tempestade

Pairando como abutres
Nuvens desgraçam o dia
Sofrimento contido em lagrimas
Descarrega a chuva

Hoje acordei surpreso
O sol tímidamente ressurgiu
Para iluminar minha breve existencia
Nesta terra de brumas e de frio

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

As Lágrimas da Chuva

Horizonte vermelho,
Agora em cinza e negro
Do meu azul tão distante
Recordo com saudades

As nuvens negras
Dos dias vindouros
Afogaram meu sol
E me deixaram no escuro

Gotas pesadas choram sobre mim
Como reflexo de minha tristeza
E da própria solidão

Porém, chora feliz, a chuva
De volta para a sua terra
Da qual o céu lhe afastou

Já eu, flutuo para longe da minha
Como nuvem abandonada ao vento
Esperando para voltar para casa

Mar Morto

Estou aqui nesse lugar
Como em qualquer outro
Porto abandonado
De navios fantasma

Sentimentos confusos
Partir covarde ou afundar em mar morto?
As gotas salgadas banham a face turva
A escuridão abraça forte, o corpo cede

Sangue das gerações esquecidas
Pulsa forte em peito gélido
Aperto na garganta, me falta o ar
Afundando em dúvidas e ressentimentos.

Acordar em aguas calmas
Após a tempestade, calmaria
E perceber que me afogava em poça d'água
Por medo de erguer a cabeça e abrir os olhos.

Esquecimento de Nossa Existência

Pequenos grãos de areia espalhados ao vento
Estrelas mortas brilhando na escuridão
Sentimentos esquecidos ao longo do tempo
Sofrimentos passados pelo coração

Somos nós filhos dos dias passados
E seremos esquecidos no tempo
A cada nova geração
Que ocupar nossos lugares

Se não nos restar como lembrança
A propria existencia de nossas vidas
Que em pouco tempo será passado
Que em poco tempo serão esquecidas