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Escrever sempre foi um hobbie e uma forma de tratamento para os momentos mais difíceis ao longo da minha formação como indivíduo. Nunca imaginei que meu trabalho viria ao encontro de tantas pessoas. Que tantos se identificariam com os sentimentos com os quais lido em meus trabalhos. Criei esse blog como um backup de minhas poesias, por medo de que se perdessem caso não as tivesse em rede. Hoje tenho um público cada vez maior e que, mesmo com minhas prolongadas ausências, continua a acompanhar minhas postagens. Agradeço pelo interesse, de verdade.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Estupro

As mãos fortes lhe agarraram pelos braços
Submeteram-lhe a submissão
Estupraram-lhe até satisfazerem-se
Então lhe mataram
Deixando apenas os rastros de sangue
Na ex mata virgem.

O Despertar

Hoje acordei aqui
Nesse lugar
Será que é real?
É tudo tão diferente
Tão claro e frio
Estou sendo arrastado
E só conssigo chorar
Que hove com minha voz?!
Axo que estou...
Vivo...

A Placa

Em uma velha rua
Numa placa
Uma menssagem monossilábica
Via e ouvia as pessoas que passavam
Tão destraidas que nem notavam
Que ela estava lá
Ignorada
"OI" dizia ela
Sem esperança de ser respondida
Sem exclamar se exautando
Sem perguntar em tom cobrador
Sem dar ponto final a conversa
Mas sem reticéncias para prolongar o monócordio
Apenas se detinha a proclamar
Sua saldação individual ao coletivo
E assim permaneceu
Até a chuva apaga-la.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Profano e Inspirado

Na magia do momento
A mão transforma-se em arma
Golpeia o papel sem dó
Revelando sua inspiração
Ao decorrer das linhas
Enquanto a tinta macha 
A sangue a folha inocente
Profanando a pureza
Conjurando o poema.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A Ilusão do Tempo

Sentado no escuro reconfortante 
A consciência paira sobre o manto macio 
Sonhando lucídamente a realidade 
Ou uma mentira bem contada.  

Flutuo entre o limbo do dia-a-dia 
Esperando o presente futuro virar passado 
E me libertar das correntes do infurtunio do agora.  

Então lá estarei eu 
Sentado no escuro 
Para ver se enxergo  
A ilusão do amanhã  
Virar hoje.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Mariposa

Me nego a me ver no escuro novamente
Onde os olhos enxergam melhor
As dores da alma e a frieza da carne

Lutei para ver a luz e
Ceguei-me pela sua beleza 
Mas não voltei à escuridão
Onde residem os traços do meu passado

Apenas a dor da distância me atordoa
Enquanto sou mariposa e ela minha luz.

Língua de Cobra

Se perderte por acaso cruel de minha lingua bífida
Morder-me ei e espalharei a peçonha da vergonha e da dor
Jazindo em túmulo obscuro e solitário
Reflexo do coração que perdeu sua chama. 

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Cidade

A tristeza solitaria da multidão
Vagando inerte em movimentadas ruas imundas
Desprovida de razão, motivo ou função
Coletivamente individualizada a cada um 
Horda de barbaros semeando o caos.

O barulho aflinge como um florete em minha tempora
A fumaça estrangula minha garganta exposta
Dragões cinzas cercam todos os lados 
Enquanto peranbulamos como pulgas nas costas de serpentes negras.

Ah, intolerante cidade...
Uma selva verdadeiramente cruel

Os predadores saem atraz das presas
Os carniceros perambulas atraz de restos que lhes caiam as mãos
Os movimentados rebanhos deslocam-se de lado a lado na interminavel rotina

Suas tocas se fecham  
E a noite cai sobre suas cabeças.

Morte a Morte

Desprezada por mero desdem
Futil decisão inconsequente
Libertação ou condenação?
Por que desejar a morte
Se dela apenas a dor pode brotar?
Ja fui prisinoeiro da escuridão
Ja delicieime dos desejos sombrios
Ja despreendi-me da vida 
Para mergulhar com ardor a minha decisão
Mas regressei dos mortos
Lutei e derrotei o monstro 
Nas trevas de meu guarda-roupas
Me matei
Matei o eu sombrio 
E enfim
Renasci mais  humano.