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Escrever sempre foi um hobbie e uma forma de tratamento para os momentos mais difíceis ao longo da minha formação como indivíduo. Nunca imaginei que meu trabalho viria ao encontro de tantas pessoas. Que tantos se identificariam com os sentimentos com os quais lido em meus trabalhos. Criei esse blog como um backup de minhas poesias, por medo de que se perdessem caso não as tivesse em rede. Hoje tenho um público cada vez maior e que, mesmo com minhas prolongadas ausências, continua a acompanhar minhas postagens. Agradeço pelo interesse, de verdade.

domingo, 8 de abril de 2018

Rotina de Agonia

A rotina é uma besta que me caça.
Uma agonia escondida sob a carne viva.
Cada dia, uma sentença a ser cumprida.
Cada hora, açoita as costas cansadas.
Cada minuto, um grão de areia de uma tonelada.

Sala de Espelhos

Sinto a vida escorrendo pelos dedos... Vidro líquido espelhando meu ser fragmentado e desconexo. Corro atrás de estilhaços, enquanto o futuro se afasta para o infinito vazio. Meu agora é uma sala de espelhos refletindo escolhas difíceis. Sou a criança com a pedra na mão.

Morte em Vida

O sol sangra, apunhalado pela noite. 
Morre o dia, em agonia plácida. 
A escuridão me recolhe para suas vísceras. 
Frio e chuva escorrem pelos vidros turvos de meus olhos. 
A cada respiro, uma balada fúnebre para minha morte. 
Cada batida no peito, é o relógio tocando meia noite.
Estirado sobre o leito, em que jaz meu corpo, adormecido, ou morto, os lenços e lençóis molhados. 
Lágrimas que do teto escorrem, sob a implacável gravidade da vida.