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Escrever sempre foi um hobbie e uma forma de tratamento para os momentos mais difíceis ao longo da minha formação como indivíduo. Nunca imaginei que meu trabalho viria ao encontro de tantas pessoas. Que tantos se identificariam com os sentimentos com os quais lido em meus trabalhos. Criei esse blog como um backup de minhas poesias, por medo de que se perdessem caso não as tivesse em rede. Hoje tenho um público cada vez maior e que, mesmo com minhas prolongadas ausências, continua a acompanhar minhas postagens. Agradeço pelo interesse, de verdade.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

A Fera

Brutal fera, alimentada no fogo de desejos infecundos
e angustias maliciosas.

Investe, a besta, contra seu inimigo ardil
Cavaleiro/menino, pretensioso e arrogante,
tal como a própria fera.

Belicosa e jocosa, a fera se traveste de inocente
Sob a pele de cordeiro, escamas de dragão.

Contra o jovem, seguro de si, a besta avança
-Como ousa afrontar-me com sua presença
em meus domínios?
- ruge a besta.

- Como vós, sou orgulhoso, bravio e ouso desafia-lo!
- brada o cavaleiro.

A fera, covardemente, devora o pequeno oponente
e em suas vísceras o digere lentamente.

Anos se desenrolam, nos intestinos incandescentes,
o jovem cresce enclausurado.

Das tripas da fera, usurpador cavaleiro ressurge, ousando, a fera,
novamente desafiar.

A luta perdura eterna
na memória distorcida e doente da besta,
que segue a pelear contra a ilusão de seu adversário.

O cavaleiro, hoje livre, cavalga feliz ao por do sol,
deixando a fera sozinha a devorar à própria cauda.

2 comentários:

Anônimo disse...

Sou uma grande fã de seus poemas, por favor não pare de postar! Seu blog é apaixonante, gosto de me perder dentro da sua escuridão

Anônimo disse...

Não pare de escrever poemas!!! Eu amo muito os seus poemas, são tão cativantes, emocionantes e tão bonitos!! Amo de verdade, então por favor não pare de escrever! - Sua admiradora secreta.