E insistiam em me aprisionar no escuro
Eu pude descobrir a origem de minha dor
Eu estava consumindo minha alma pelo desespero da solidão
E assim esperava libertar meu coração da agonia
Mas apenas enferrujei as correntes com o sangue que me escapava
Das feridas abertas em meus pulsos
Apenas dor não iria resultar na libertação
Sofrimento era apenas um deleite aos olhos de meus carcereiros
Então o que faltava para que eu fosse livre novamente?
Minha carne era apenas carniça ressecada
Nem abutres ou corvos iriam se aproximar
Meu espirito era uma esfera de puro rancor
E minha mente apenas reproduzia uma fagulha de atividade controlada
Dias não eram vistos do quarto negro da minha morada
Eu desfalecia muito mais rápido do que as correntes já corrompidas
E minha vida escoava em vermelho negro, dos meus pulsos coagulados
O coração exposto revelava um buraco sanguinolento e infeccioso
Vermes devoravam a putrefação da minha mente e espirito
Só o silencio conversava comigo e apenas tornava mais desgraçada a existência nesse mundo de treva O carrasco, por fim, declarou o obvio
Meu óbito
Acordo na cama de meu lar
O suor ocupa o lugar do sangue seco que me cobria
As cicatrizes do que vivi ficaram marcadas em meu conhecimento,
Mas fisicamente sumiram
Eram pesadelos que me prenderam no reino da noite
Ou eu estava agora sonhando estar fora daquela prisão do Umbral.
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