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Escrever sempre foi um hobbie e uma forma de tratamento para os momentos mais difíceis ao longo da minha formação como indivíduo. Nunca imaginei que meu trabalho viria ao encontro de tantas pessoas. Que tantos se identificariam com os sentimentos com os quais lido em meus trabalhos. Criei esse blog como um backup de minhas poesias, por medo de que se perdessem caso não as tivesse em rede. Hoje tenho um público cada vez maior e que, mesmo com minhas prolongadas ausências, continua a acompanhar minhas postagens. Agradeço pelo interesse, de verdade.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Contraste

De que serve o belo sem o feio?
O mundo é feito de contrastes
Mas quem define seus padrões?
O que pode ser dito belo por meus olhos
Será medonho ao seu ver
Algo sentimental e melancólico
Que rasgara sua delicada integridade
Abalando sua percepção
O que pode ser julgado, comparado
É amado ou odiado em ambas faces
Bem e mal são metáforas humanas
E só pros homens se faz lei
Mas na realidade são só contrastes
Vermelho sangue no preto vítreo
A morte a e vida por um fio.

Caminho Só

Caminho sozinho
Todos estamos sós
Caminho calado
Ninguém vai me escutar
Caminho no escuro
Não quero enxergar

Não tenho caminho
Todos estamos perdidos
Não tenho razão
Só temos motivos
Não tenho certeza
E quem poderia ter?

Estou cansado
Outros já dormem
Estou infeliz
Outros já choram
Estou desesperado
Outros já desistiram

Caminho só
Só caminho
Por não ter aonde parar
Por quem parar


De Fora da Caixa

Me convença
Mostre-me que posso ser feliz
Me dê uma prova de que o sol é quente
De que o céu é azul
Diga-me que o dia é belo
De que a chuva não vai me machucar
Prometa que vai me amar
Mas não me abandone aqui no escuro
Que é tudo que conheço
Tudo que eu tenho
E que a mim não pertence.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Cruelmente Humano

Perdoai-me ó ofendidos
Palavras minhas, por vezes ferozes
Perfuram a carne e a paz de um instante
E espalham a moléstia da discórdia atroz

Perdoai-me pelos desafetos
Pelos desrespeitos e pelos defeitos
Sou por minha vez, vítima e carrasco
Da minha própria lâmina de pretensão

Soam cruéis, minhas palavras
Como soa desatenta, sua percepção
Não posso negar-lhe o direito de odiar-me
Se não me nego o fardo de ser enfim feliz na vida

Não desejai-me mal, apenas não me deseje
Sou tudo aquilo que não pode ser quisto
Sou a imagem oposta do paraíso e do destino
Sou apenas humano, imperfeito e estúpido

De tantas palavras minhas,
Desperdiçadas pelo tempo sem fim,
Apenas poucas são verdades
Mas de tais, quais serão as que ouvirás?

Palavras Víeis

Palavras são armas perigosas
Afiadas, cortantes e venenosas
Enterram no peito profundamente
Atravessam a alma,
Inflamam na mente

Palavras são agulhas aguçadas
Cheias de crueldade e malícias
Delicadas, disfarçadas de delícias

Armadilhas que nos prendem ao tocar
Nos olhos as palavras vão entrar
E da mente não poderei mais tirar

O eco seco do seu mau-olhar
Me causando sempre um mal estar
Então guardai pra si tais ameaças
Estas palavras, suas desgraças

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Romantismo

Flores e palavras não vão lhe conquistar
Somente o tempo pode provar
Que é amor que desejo lhe dar
E não uma paixão que logo irá apagar

terça-feira, 1 de novembro de 2011

O Que O Amor É

O amor é uma fábula
Contada por cada coração
Não é mais real do que se faz
Não é menos doloroso do que se sente

O amor é uma planta
Brota sem plantar
Cresce sem regar

Liso ou espinhento
O amor fere
Quem planta ou quem toca
Quem sou passou pra olhar

O amor é ave
Voa alto mas aterriza
As vezes quebra as asas
E desaba

Mas das cinzas
O amor revigora
Morre, mas retorna
Como fênix encantada

Planta Carnívora

Plante uma semente
Cuide dela
Faça brotar
Crescer
E no fim ela irá devora-lo

Resposta Errada

Eu só desejo encontrar uma resposta que satisfaça minha dor
Mas tudo que encontro são perguntas dolorosas de se fazer

Morte em Vida

Quero me casar com minha dor, o meu passado e meu destino
Meu futuro obscurecido pela luz do meu presente
Escorrem os dias entre meus dedos
Como gotas de sangue enegrecido
Cada minuto leva um fragmento da minha vida
Como um grão de poera ao vento.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Bebado Apaxonado

Doce nectar dos sonhos acordados
Me leva para um mundo louco, semi-lúcido
Aonde somos todos loucos e reis do nada

Viva a serenidade da insanidade adquirida
Em seus doces goles de insensates
Que me fazem errar as palavras
E ainda assim ser feliz

Dias que a noite vira eterna
E a eternidade nada mais vale que um segundo
Tormento de vezes em vezes que a voz da conciencia me agride
Gritando para despertar do meu torpor feliz

Ignoro meus lamentos egocentricos
E concentrado no que me importa de verdade
Caio de braços com meu amor
Encurralado por um dilema simples:
A ressaca trará o meu amanhecer, então que seja eterna a noite!

Reviver

Como posso descrever o que é meu amor?
Uma chama queima e morre
Uma gota seca
Um suspiro se vai perdido no tempo
Mas meu amor é vivo

Tanto sangrei pelos pulsos
Tanto chorei lagrimas sangrentas
Tanto me enganei no amor cruel
Mas nunca entreguei-me a derrota

Meu coração ainda pulsa
Moribundo e sanguinolento
Como um soldado ferido, me levanto
Dentre os mortos, ainda ergo a face frente a dor

Não desisti perante as derrotas infieis
Não entreguei-me as trevas sedutoras
Nem mesmo a morte me derrubou

Mas entrego-me de corpo e alma
A este novo amor que me trousse a redenção
E mais, me deu motivos pra viver.

Poetizando

Escrevo palavras
Que se perdem no tempo
Como fragmentros perdidos
De uma realidade esquecida

Pequenos devaneios
De dias que vivi
Escritos de forma tão viva
Que me fazem duvidar de minha autoria

Quem sou eu, se não um simples sonhador
Mas de que se tratam os poemas, se não de sonhos
Concebidos no sonhar acordado de um poeta
Desapercebido de seu dom irreal.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

De Que Basta?

De que me basta talento?
Se deste só provem lagrimas?
De que serve ter vida?
Se desta nenhum amor resta?
De que basta ter fé?
Se nenhum Deus me escuta as preces?
De que adianta estar diante a ti?
Se já é tarde demais para mim?

quarta-feira, 2 de março de 2011

Romântico Incorrigivel

Flores e presentes não dizem o quanto posso amar
Palavras são muito pouco para descrever
Sentimentos confusos demais pra poder lhe falar
Mas que nunca me canso de reviver

Apesar que sempre seja mal compreendido
E todas as vezes tenha sido abandonado
Eu ainda sofro por este meu coração bandido
Que continua sempre estando apaixonado

Não me preocupo com quantos tombos eu levei
Nem quantas vezes irei sofrer sem razão
A realidade é que sempre fui e sempre serei
Um romântico incorrigível e de coração

terça-feira, 1 de março de 2011

Soares de Passos No Escuro

Ouvir Soares de Passos
Ecoando pela sala obsucura
Enquanto o escuro mente
Invadindo a mente escura

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Então Foge

Você foge da verdade
E depois me procura
Com cara de choro
Implorando que te escute

Eu sei o que vai falar
E eu sei que não quer ouvir
Que vai fugir de novo
Porque a verdade dói

Que que você quer de mim?
O que mais eu posso fazer?
Já fiz de tudo por você
Sem você perceber

Quando é que vai crescer
Parar de olhar pra si
Tão mimada e perfeitinha
Que não sabe nem o que dizer

Então foge,
Foge,
Foge para bem longe
E não volte a me incomodar

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Sobre Seu Túmulo

Nenhuma boa lembrança para recordar
Nada de bom para comentar
Tudo que fez foi atrapalhar

Mas a sua pena já foi cumprida
E sua punição foi sua própria vida
Que agora se encerrou de forma tão trágica

Sinto, mas não lhe tenho piedade
Talvez seja até crueldade,
Mas eu não vou ser hipócrita
Nada de mentiras, não sentirei saudade








(descanse em paz...)

A Morte De Um Homem Sem Amigos

Como você pôde cultivar uma vida de solidão
Afastando de si a todos que se importavam
Agora está velho e só aguardando a própria morte

Os fantasmas do passado lhe fazem presença
Aguardando para lhe arrastar para o escuro
Não existe esperanças agora e você sabe

Seus últimos momentos de vida você vai passar
Na melhor das companhias
E a unica que ainda lhe aguenta
Sua própria sombra

Os últimos suspiros lhe escapam pela boca
Desejava estar amparado nesta hora?
Talvez você devesse ter pensado nisso antes

Seu corpo foi encontrado atirado no chão
Do mesmo jeito que havia caido, permaneceu
Só e esquecido

Futilidade

Você olha nos meus olhos e o que vê?
Apenas a cor azul, verde e cinza?
Ou consegue ver dor que eles carregam?

Eu sei que você se interessou por eles
Mas não quero ser só mais um na sua noite
Então pare de perder nosso tempo

Sei que posso parecer um brinquedo bonito
Mas minha boca não é material reciclável
Então desista porque não estou interessado


Escrevendo a Vida

Um dia serei o escritor de minha vida,
Hoje apenas componho meus sonhos
Com versos simples e de pouca rima

Mais Um Dia Cinzento

Já são sete e meia da manha
O relógio grita ao meu lado
Mas eu já estou acordado

Passei a noite toda olhando para o escuro
Procurando as respostas
Do que me atormentava
Mas do silêncio, nenhuma palavra

Tenho que me levantar
Está na hora de voltar a viver
Aquelas mentiras do dia a dia

Olho pela janela embaçada
Mais um dia cinzento me aguarda
Dou o primeiro passo para fora do quarto
Querendo dar meia volta e me deitar


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Redenção

Perdoá-me, mas não vou me desculpar
Cansei de lhe dar satisfações
Agora eu vou ser mais forte do que era
E vou encarar meus erros

Chega de dar desculpas para o vazio
Eu cometi meus pecados
É hora de crescer com eles
Como degraus para redenção

Passo a passo, encontro a luz
Reneguei-me a aceita-la por tanto tempo
E agora eu tenho medo
Mas sigo em frente para fora de minha prisão

Ergui minha bandeira de liberdade
E me tornei independente de sua companhia
Agora é você que precisa de mim
Mas vai ter de encontrar outra saída para suas duvidas


Garotinho Solitário

Não gosto do garotinho solitário
Que me encara no espelho
Ele me pede ajuda e não sei o que dizer
Estou confuso também

Ele me encara nos olhos
Exigindo uma atitude
Mas a garganta não responde
Apago as luzes e me escondo

Seus olhos na escuridão
Procurando as respostas
Que eu não tenho
Estão tão assustados quanto os meus

Ele me deu sua mão e fomos
Procurar nossos caminhos
Sei que a noite é fria
Mas eu não estaria mais só

Ele me lembrou da coragem que eu tinha
Da determinação de ser alguém
E da força de meus desejos
Que nem a solidão enfraquecera

Eu tinha medo de crescer
Medo de encarar a minha vida
Mas ele estava ali, o garotinho
Pra me mostrar que eu ainda era o mesmo
E que ele não me abandonaria

Ninguém Gosta

Não gostaria de me destacar
Por ser o barulhento
Por estar quebrando o silêncio
Ninguém gosta do meu barulho

Não gostaria de ser a sombra que escurece o quarto
E não quero ser o único calado
Por não ter nada para falar
Ninguém gosta do meu silêncio

Não quero ser o diferente
Por que não sei ser igual a ninguém
Mas me recuso a ser uma copia
Ninguém gosta de imitações

Não queria ter de gritar por dentro
Minha dor enjaulada no peito
Mas não sei a quem pedir socorro
Ninguém gosta de ajudar

Não gostaria de ser o louco
Que sempre tem algo a acrescentar
Nas frases mortas do cotidiano
Ninguém gosta de me escutar

Não sei porque eu ainda tento mudar
Eu perderia o sentido do que sou?
Eu gostaria de apenas deixar de ser
Ninguém gosta de tentar

Eu gostaria de ter forças e me levantar
Erguer a cabeça para enxergar
Acima do que eu vejo de mim
Ninguém gosta de se enxergar

Eu gostaria de ser amado
Por alguém que desejasse minha ajuda
Que procurasse meu apoio
Ninguém gosta de ser dependente

Eu não gosto do que eu fiz
Perdi o sentido pela luta
Travada em vão e abandonada
Ninguém gosta da derrota




Problemas do Rafa (2)

Em seu desespero infantil
Sua atitude é fútil
Destrói o sentimento de amizade
Forçando algo que não é verdade

Acorde para realidade
Seu tempo já passou
E a culpa foi dessa personalidade

Não me condene por seus erros
Pare de maldizer meu nome
E cale seus berros


Problemas do Rafa

Eu não vou cair na sua cilada
Eu não sou seu brinquedo e você sabe
Você sabe e não aceita que acabou

Se você pensa que me conhece, esta enganada
Agora quero que isso se acabe
Não é a primeira vez que você não me escutou

Olhe pra si e veja como você esta errada
Quero que desista e que não se gabe
Essa relação foi você quem estragou

Brinquedo Quebrado

Por que eu choro por quem não se importa?
Por que eu grito se ninguém me escuta?
Por que eu me iludo com sua fantasia
E a realidade me derruba numa poça de dor

Eu procuro ser o salvador das suas crises
E acabo me condenando a sofrer em seu lugar
Sua retribuição é uma covardia infiel
E minha pena é encarar minha solidão

Não consigo encarar o espelho
Cruelmente me acusando de minha ignorância
Boa vontade e solidariedade
Escondo as intenções de ser amado

Agora você finge estar arrependida
Me implora perdão como sempre fez
Me implora atenção e compreensão
Mas não posso ceder ao desejo de lhe afagar

Agora é a chance de aceitar a verdade
Não quero ser seu brinquedo
Eu quebro e sangro, mas você nem se importa
O que lhe importa é o prazer de minhas palavras doces
Enquanto faço a digestão de seu veneno amargo

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Olhos Clementes

Perdido, no escuro que a cerca
A certeza e o incerto unidos pela palavra
Duvida

Como será agora a resposta correta,
Se nenhuma pergunta foi proclamada em alto tom?
Apenas foi sussurrada pelos olhos clementes
Calados pela vontade oculta

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Ratos Humanos

Crianças como ratos
Pelas ruas das cidades
Devorando nossos restos
Nos fazendo sentir importantes

Devemos ser coniventes
Inconscientes ou indisplicentes
Quanto a estas crianças e adolescentes?

De quem se deve a culpa
De quem se deve a responsabilidade
Seria da prefeitura?
Dos pais?
Ou da sociedade?

A Madrugada É Minha Musa

Minha criatividade
É um sonho acordado
Em que o sono domina a mente
E me leva a lugares sombrios

A madrugada é uma musa
Que me inspira a escrever
Mesmo sem ter o que dizer
Continuo a tentar

Nesse sonhar acordado
Brigando com minha escuridão
Acabo por compor das estrelas
Uma nova poesia

Tempo Perdido Não Se Encontra Mais

Se você perdeu seu tempo
Acho que será difícil encontra-lo
Porque o tempo voa
E passa muito rápido

Perdendo Tempo

Me preocupo tanto com o tempo
Que gastei
Que não tenho
Que queria ter
Que não uso
Que deveria aproveitar melhor
Que acabo só perdendo meu tempo

Lacaio do Tempo

Faço de tudo para lhe agradar
Tentando conseguir o melhor de você
E você sempre me domina
Mostrando o quanto sou insignificante pra você
Acaba por me tirar a vida lentamente
E no final de tudo
Só restará você ao meu lado

Palavras Assassinas

Corro atrás de palavras já ditas
Como flechas mortais
Elas acertam o alvo

Não há volta
Um rosnado de fúria
Fera ferida no peito

Minhas palavras venenosas
Acabaram assassinando nosso amor
E não há mais nada o que dizer

Afundando na Ampulheta

Caminho num terreno arenoso
Meu presente se desfaz sob meu caminhar apressado
Como quem foge das sombras
Como quem teme seu escuro interior
Estou correndo antes de afundar
Na areia movediça de meu não viver
Tarde demais
A areia traiçoeira me engole as pernas
E sufoco-me em sonhos não realizados

Arqueologia de um Poeta

Reencontro tesouros esquecidos de meu trabalho
Há muito enterrados no passado distante
De dias que a muito tempo já morreram

Um Prato de Felicidade Para Dois

Felicidade é um prato fervendo.
Tão quente que nunca aproveitamos o suficiente.
Quando esfria se torna tristeza indigesta.

Álbum Incompleto

Sou álbum de figurinhas incompleto
Existe um espaço em branco dentro de mim
Persisto em repetir o erro
De preencher com qualquer uma
Esta lacuna que continua aberta no peito

Tentei encontrar a carta certa
Já procurei em mil baralhos
Nenhuma se encaixa no vazio
Nenhuma satisfaz a solidão

Estou com sede de amor
Em um deserto de amizade
Onde me enterro pela vontade
De não ser só um amigo

Lacuna aberta na alma
É ferimento sem curativo
Tudo aquilo que eu precisava
É tudo aquilo que não consigo

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Infecção das Drogas

Infestação imunda
Antro de podridão
Uma doença infecciosa
Espalhando essa epidemia de covardia e fraqueza mental
Se entregando a infecção dos desejos primitivos
Por prazer puro e simplorio da carne
Destruindo o que é mais sagrado e precioso
A própria humanidade

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Purificação no Álcool

Alcool, doce nectar dos homens
Nas fraquezas lhe faz mais forte
Mas na realidade lhe consome a vida

Vida ingrata de solidão, aflição e covardia
Abracei hoje meu corpo atirado no chão
E degradei-me ao sofrimento

Álcool queime meu corpo
Purifique essa alma tão suja
Mas não consuma este pobre fígado
Que lhe recebe com tanta alegria

Destrua essas lembranças
Despedace meu peito
Mas não permita
Que eu me entregue a meu desejo


A Procura Pelo Caminho

Estou mergulhado até o pescoço
No eterno rancor
Presente de meu passado
Presente está essa dor

Agora viajo perdido
Pela trilha que me foi ordenada
Sara que um dia vou encontrar
O outro lado da estrada?

Vagando perdido pelo escuro
Talvez um dia encontrarei
O que tanto procuro

Mas até esse dia chegar
Eu sofrerei as mágoas sozinho
E o que resta é continuar a sonhar
Que acharei o meu caminho

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Como o Escuro

Como eu desejava
Ser como o escuro
A nada prender-se
Volátil no vácuo
Queria desaparecer para sempre
E encontrar meu lugar nas sombras

A cada dia vai ficando mais forte
A minha verdade está clara
Não pertenço a este lugar
Não pertenço a ninguém

Como o espinho de uma rosa
Sangro quem se aproxima demais
Eu não tenho a solidão por desejo
É por uma necessidade

Ser como o escuro
Próximo e intocável
Presente em todos os lugares
Em todos os corações

Jamais ter de sangrar novamente
E para sempre pertencer a um lugar
Separado do mundo

Quando a Vela Apagar

Escute o seu respirar
Aproveite um último olhar
Enquanto a ultima luz
Não se apagar

A vida abandona a chama
O fogo está morrendo
A vela se apaga

Não há lugar para mentiras
A verdade está clara
O escuro sempre revela nossa realidade

Somos o que vemos no escuro absoluto
Absolutamente nada

Nuvem de Tempestade

Sou como uma nuvem
Que persiste chovendo
Mesmo com o sol brilhando

Acabo afogando a felicidade
Em tantas lágrimas que sangrei

Tudo que espero é que um dia
Essa chuva se acabe
E me deixe secar em paz

Chovem estilhaços de dor
Lágrimas congeladas no tempo
Rasgam meu coração

Quando eu acordar quero ver o sol
Mas aonde estou há apenas a escuridão
Das nuvens de minha tempestade interior

Perguntas Para Um Espelho

O que me faz ser assim?
Isso me torna falso?
O que falo é mentira?

Se estou me mentindo,
Quem estaria falando a verdade?
No que devo confiar?

Nada do que Era

Flores são belas
Morrem cedo
A beleza da vida
Dura muito pouco

A tristeza sempre acompanha meus passos
Oculta pela minha dissimulada fantasia

Ter amado
Ter odiado
E agora não ser nada
Do que eu era

O que é verdade?
No que estou me mentindo?
Me perdoei, oh ofendidos

Ser cínico à realidade
Ser falso com minha pessoa
E com tudo,
Ainda tentar fazer o certo

O que meu coração quer me dizer?
Grita no peito, mas não lhe escuto

Acalmar o ódio
É o que tento
Sem sucesso

Agora, pergunta retórica...
Ódio de que?

Necropsia

Analisadas as causas da morte
Não foi mal súbito, ataque fulminante
E nem fora por causa do corte
A causa da morte foi a vida entediante

A situação, agora tão frustrante
O corpo, aberto em recorte
A mente vaga em sono distante
Sem esperanças de que um dia se acorde

Espírito, agora ambulante
Vaga pela sala
O que houve, não mais importante
Quando a sua voz se cala

Terminados os exames:
O óbvio se declara
O motivo de tal sacrilégio
A razão estava clara
Morrera de fora de tédio

Fantasma Do Dia

Suicida-se o dia
Enterrado no horizonte
Sol desfalecido

A noite é o fantasma
De um dia que já se foi
Assombrando o coração das ruas

Nas ruas vagam os corpos
Desinibidos pelas trevas
Pelo álcool e pelas certezas
Mortas ao dia

Entregues pelos sussurros do vento
Aos destinos à eles reservados
Morte abraça terna

Aos que ressuscitam junto ao sol
Aos que nas trevas permaneceram imersos
Eterniza na Terra um novo dia.


Morte no Escuro

Tal mariposa
Que sucumbe na luz
O escuro me atrai para o fim

Final, recomeço a pensar
Hesitante no último olhar para traz
Voltar agora ou nunca mais

Um passo em vão
Caio ao chão
Na realidade de meu ato

O sangue ao rosto ilumina
Reflexo da vela poente
Em morte vagarosa

Será agora a decisão
Levantar ou deixar escoar-se
Meu sangue ao piso imundo

O escuro agora assombra
Foge a realidade lentamente
A faca escapa da mão
O desmaio se torna iminente

Véu De Terra

Eu escuto seus sussurros
Meus monstros querem a luz
Liberdade do sofrimento
Aprisionado em mim

Perguntar-me: Por que deste escuro?
Para descansar em paz
A luz ainda me é incomoda
Preciso dormir

Meus medos desapareceram
E a incerteza de cada passo
Me fez vivo novamente

Tentadora é a eterna fachada serena
Mas por de traz do véu de terra
O sofrimento não virá a abrandar.

Poeta Sombrio Em Versos

Poeta sombrio
No frio
No escuro
Perdido

Seu caminho
Sem rumo
Carinho
Achado

Rachado
Amor partido
Perdido
Desolado

No frio
No escuro
Procurado

Poeta sombrio
Na sombra
Assombra
Sua alma

Sem calma
Sem carinho
Amor

Dor
Na alma
Inflama

Procura na luz
Da chama
O calor

Poeta na sombra
Refletida no escuro
A visão do futuro
Aclama

Aquela que ama
Amou
Partiu

Alma
Partida
Ferida

Tempestades em Copos D'Água

Faço tempestades em copos d'água
Para afogar meus inimigos
Afundando em fantasia
Minha realidade, distorcida

O veneno das palavras
Que tive e tenho de engolir em seco
Ainda queima fundo a boca do estômago

Aceitar minha realidade
Ou viver no devaneio anti-herói
Sendo falso comigo mesmo
E enganando apenas o próprio espelho

Querendo a luz, acima de tudo
E vivendo a sombra de um personagem

Temo o espelho
Que revela a verdade que tento omitir
Sou o que sou
Não o que tento fingir ser

Faço tempestades em copos d'água
Para afogar minha própria realidade
Querendo afundar na fantasia
E ser verdadeiramente anti-herói







Chama Tremula

Felicidade é uma vela trêmula
Cada instante ficando mais fraca
Cada segundo no escuro
Eterniza o inferno

As Pessoas Temem o Desconhecido

Aquilo que se difere assusta
Condenado pela sua volta
Cercado pelo cotidiano, banal

Ser diferente, criminoso
Pensar com seu diferencial
Tentar ser um pouco mais irreal
Na realidade definida pelos coletivos

Personalidade é condenação
A solidão
A lucidez em meio a obscuridade

Ser diferente
Das mentes enclausuradas
Dos olhos fechados
E das bocas caladas

Coração em Chamas (Verdadeiro)

Não quero me afastar
Não posso me aproximar
Não devo lhe tocar
Para não me queimar

Não posso mais viver sem essa dor
A dor de ve-la a não poder ser
Aquilo que nós dois desejamos no fundo

Porque cheguei tarde
E já não basta só a nossa vontade
Para podermos ficar juntos

Chegou a hora de falar:
A verdade é que meu peito grita
Está com dor
Está com medo

Mas estou preso a você
E não mais suporto a realidade
Agora me queime e destrua
O que resta da minha vontade

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Amor Compartilhado

Coração dividido

Esta partido pela incerteza

Não sabe de quem precisa

Para aliviar a sua tristeza


De tantos amores que sente

Qual seria entre estes, aquele

Que deixa seu coração mais quente?


Por qual de nos o seu peito bate?

E qual de nós mais lhe faz sofrer?


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A Certeza do Errado

Como estar certo, em meio a tantos erros?
Se o que me rodeia está errado
Como destinguir se estou certo ou não?
Sei que estou certo do que sinto
Mas não sei se é certo me sentir assim
Sei que o que sente é errado
Mas estou certo de que gosto do que sente por mim.
Se estamos tão errados, como podemos nos acertar?

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Animal Desgarrado

Levante a cabeça se for afundar
Respire fundo para não afogar
Sabe que ao fundo não deve chegar
Não seja fraco pra não se entregar

Mergulhe de cabeça no desconhecido
A dor do esforço não reconhecido
É veneno que bebe e acha divertido
Quando enfiam as palavras lhe fazem sentido

Vaga só neste mar obscuro
Mas quem quer a luz?
Se ama o escuro

Acredita que sabe viver sua vida
Mas está tão perdido
Que não encontra saída
Agoniza sozinho atrás de companhia
E não aguenta por sua covardia

O medo de ser julgado
Lhe faz odiar e ser odiado
Acaba por só e exilado
Como animal desgarrado

Encontre sua terra para ser enterrado
O fim de sua vida, já esta declarado
Desistiu de nadar e esta afundando
Pela solidão é mais um assombrado

Fim de História Ponto Final

Aproveitando a bonança que a vida deu
Mas tudo que é bom um dia se vai
Agora a tempestade vai cair do céu
Para varrer daqui tudo que é meu

E se um dia quando eu acordar
Nada estiver aonde deveria estar
Eu nem saberia aonde procurar
Nesta confusão que eu fui criar

Mas agora é tarde pra me preocupar
Este é o momento só de aproveitar
Se a chuva cair é pra se molhar
E se for pra ser assim, assim que será

Não estou com medo do que vira
Já enfrentei o inferno e voltei de lá
E se o dia a dia foi de sufocar
Não é nada diferente do que vou passar

Nada de novo do que já passei
Mas tudo de novo o que me incomodei
Será complicado, mas já me conformei

Quem não aprende com a história
Vai se dar mal
Mas dessa matéria eu já estou legal
Assim me desculpe e ponto final

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Normal? Sim, Sou Normal

Julga que sou normal pelo que visto
Se não me viste como eu sou

Achas estranho quando descobre
Que o que me cobre não é meu eu
Se sou luz e sombra

O que viste foi o cinza
Um nublado casual
Do meu estilo natural

Me chamaste de normal
E ao descobrir o que me agrada
Refez sua opinião
O meu estilo está fora do seu padrão
Mas isso não me torna diferente do que sou?

domingo, 16 de janeiro de 2011

Coração em Chamas

Grita forte coração em chama
Destrói a alma, meu peito reclama
Se essa dor não se levanta e clama
Morreria calado, deitado na cama

Incentivado pelo absurdo cego
Impulsionado pelo próprio ego
Estava errado, mais ainda nego

Coração em saltos não se acalmava
E minha alma se despedaçava
A chama ardia e me esquentava
Olhos vermelhos, eu de dor chorava

Acordei banhado pelo suor quente
Mas eu estava muito diferente
Aquele meu peito, ainda incandescente
Pagou tão caro, por ser inexperiente

Então conformado com situação
Apagou-se o fogo do meu coração
E suas cinzas espalhei ao chão
Para recordar-me dessa frustração

Perfeição

Um dia frio com vento gelado
Se torna quente com você ao lado
Uma noite escura com o céu nublado
Mais me parece um dia ensolarado

Você aqui me fez sentir ingrato
Por cada dia que chamei de chato

Se o meu medo antes me atormentava,
Sei o quanto me tornei mais forte,
Sem aquela pessoa que já nem me amava
Já não ha nada que eu não suporte

Foi de sozinho que eu cai no escuro,
E hoje sei que brilha meu futuro
E se minha vida ainda não é perfeita
O que me falta, a consciência aceita

Agora que tenho você aqui comigo
Você minha amiga e eu seu amigo


Eu Gostaria de Ter Rimas, Mas Só me Resta a Poesia

Eu gostaria de ter as respostas,
Mas só me restam as dúvidas

Eu gostaria de ter amor,
Mas só me resta amargura,

Eu gostaria de ter o sol,
Mas só me resta a chuva

Eu gostaria de não estar doente
Mas só seu amor é minha cura

Eu gostaria de ter você,
Mas só me resta a poesia.



sábado, 15 de janeiro de 2011

Escudeiro

Sofre só por quem tão longe aguarda
Eu aqui ao seu lado vendo sua dor
Como posso lhe fazer sorrir
Se não está perto o seu amor?

Lhe ofereço carinho e atenção
Mas não sou ele para lhe dar afeto
Lhe dou meu amor como de um irmão
Mas somente ele pode curar o que sente no seu coração

Me julgam mal intencionado
Os olhos cegos e ouvidos surdos
Que rodeiam curiosos
Meus ensaios sobre a vida e a dor

Mas você sabe quem sou
Seu fiel escudeiro
Seu protetor e guerreiro
Que lhe protegerá sempre

Até que seu cavaleiro de armadura brilhante retorne
E lhe retire de meus cuidados
Retomando o que lhe pertence
Devolvendo o sorriso a minha princesa

Tarde Demais

Te vejo no escuro
Tropeçando em seus passos tortos
Não sabe achar a luz
E continua errando

Te estendo a mão
Mas você não consegue segura-la
Afundando no seu próprio destino
Cavado por suas próprias mãos

Escolheu destruir sua vida
E agora tenta negar a realidade
Está tão fundo na sua cova
Que os mortos não lhe deixarão mais sair

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Floreio

A facilidade de se expressar
É a mesma facilidade de sofrer
Uma palavra pode magoar
E tambem fazer crescer

Basta saber forjar
Da dor uma flor com vida
Uma poesia é um floreio
De dores, amores
E cores do dia a dia

Dia de Sol

Como água fria
Escorrendo nas costas da Terra
Escoam lagrimas pelos cantos da face

Dias turvos e noites negras
Acordar no limbo de um alvorecer morto
Assassinado pelas nuvens de tempestade

Pairando como abutres
Nuvens desgraçam o dia
Sofrimento contido em lagrimas
Descarrega a chuva

Hoje acordei surpreso
O sol tímidamente ressurgiu
Para iluminar minha breve existencia
Nesta terra de brumas e de frio

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

As Lágrimas da Chuva

Horizonte vermelho,
Agora em cinza e negro
Do meu azul tão distante
Recordo com saudades

As nuvens negras
Dos dias vindouros
Afogaram meu sol
E me deixaram no escuro

Gotas pesadas choram sobre mim
Como reflexo de minha tristeza
E da própria solidão

Porém, chora feliz, a chuva
De volta para a sua terra
Da qual o céu lhe afastou

Já eu, flutuo para longe da minha
Como nuvem abandonada ao vento
Esperando para voltar para casa

Mar Morto

Estou aqui nesse lugar
Como em qualquer outro
Porto abandonado
De navios fantasma

Sentimentos confusos
Partir covarde ou afundar em mar morto?
As gotas salgadas banham a face turva
A escuridão abraça forte, o corpo cede

Sangue das gerações esquecidas
Pulsa forte em peito gélido
Aperto na garganta, me falta o ar
Afundando em dúvidas e ressentimentos.

Acordar em aguas calmas
Após a tempestade, calmaria
E perceber que me afogava em poça d'água
Por medo de erguer a cabeça e abrir os olhos.

Esquecimento de Nossa Existência

Pequenos grãos de areia espalhados ao vento
Estrelas mortas brilhando na escuridão
Sentimentos esquecidos ao longo do tempo
Sofrimentos passados pelo coração

Somos nós filhos dos dias passados
E seremos esquecidos no tempo
A cada nova geração
Que ocupar nossos lugares

Se não nos restar como lembrança
A propria existencia de nossas vidas
Que em pouco tempo será passado
Que em poco tempo serão esquecidas