Terreno descampado
Ao tempo largado
O mato o abraça no manto verde
Ervas daninhas que assassinam as flores
Do jardim que o dono largou
A chuva rega o verde
Cresce o espinheiro negro
No canteiro canto norte
Ao pé, um formigueiro
As formigas, que o espinho não temem
Das raizes fazem seus tuneis
Dos tuneis, seus castelos
O espinheiro racha o muro
Como coração partido
O comprime, o invade
Para em fim derruba-lo
O muro, também largado ao tempo
Se entrega ao apelo violento
Sob o sopro do vento
Desaba junto aos espinhos negros
Separados, mas ainda presos
Espinho e muro partido
Nunca serão os mesmos
E assim as formigas seguiram nas raizes
Que nada se abalaram
Que nada tiveram de mudar.
Este é o cemitério onde enterro meus sentimentos. Cada poema aqui publicado, tem a exclusiva razão de ser um desabafo para mim mesmo. Se quizer compartilhar, a vontade. Mas cuidado, se se aprofundar de mais no meu escuro pode se perder.
O Autor
- Dalua - O Poeta Sombrio
- Escrever sempre foi um hobbie e uma forma de tratamento para os momentos mais difíceis ao longo da minha formação como indivíduo. Nunca imaginei que meu trabalho viria ao encontro de tantas pessoas. Que tantos se identificariam com os sentimentos com os quais lido em meus trabalhos. Criei esse blog como um backup de minhas poesias, por medo de que se perdessem caso não as tivesse em rede. Hoje tenho um público cada vez maior e que, mesmo com minhas prolongadas ausências, continua a acompanhar minhas postagens. Agradeço pelo interesse, de verdade.
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